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Livros

capa do livro antes não era tarde do autor pedro gonzaga

Antes não era tarde

foto do livro das coisas verdadeiras do escritor pedro gonzaga

O Livro das coisas verdadeiras

NOVO!

POR PEDRO GONZAGA

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       Este livro dá sequência a uma poética pessoal que tem mantido rara densidade em tempos de declínio público de um gênero literário corroído pela ausência de leitores e por impasses criativos de toda a ordem. 

        Contra o vento e a maré, a voz lírica de Pedro Gonzaga afirma-se tanto no plano dos temas quanto no da visão de mundo e sobremodo na esfera da linguagem. Fugindo do prosaísmo, da suntuosidade metafórica e das desmedidas piruetas de metapoesia, alcança muitas vezes a pureza da palavra essencial, mescla de referências imediatas ao universo empírico, de elipses reverberantes e da fusão modelar entre estilo elevado e dicção coloquial.

        Contudo, esta palavra só explode em pungência e beleza porque os seus assuntos são os nucleares da nossa condição: a passagem do tempo e seu efeito devastador, a memória como antídoto à perda a que todos estão votados, a evocação nostálgica da juventude, a natureza fluida e inconstante do espírito humano, os lampejos de transcendência do cotidiano, o sentimento de solidão e a celebração do êxtase amoroso, enfim tudo “aquilo que foi matéria e voltará somente em palavra.”

        A espessa poesia presente em O nome da parte que não dorme não é abstrata nem intenta voos filosofantes, deixa, porém, na alma do leitor a sensação de uma experiência iluminadora.  Algo emana daqueles “copos relavados de extrato de tomate”; “dos espelhos do Clube do Comércio que pareciam eternos enquanto tocava a nossa canção”; ou “daquelas horas vividas entre um nada e outro.” Algo emerge das cenas banais, das pequenas lembranças, da intensidade dos orgasmos fugidios. Há nos versos de Pedro Gonzaga uma espécie de metafísica das coisas miúdas, que se traduz na reflexão – quase nunca explícita – do sentido ou da falta de sentido da realidade concreta. Uma metafísica que surge do olhar ao mesmo tempo amoroso e cético do poeta (ora filtrado pelo humor, ora pela melancolia) e que, em sua força de apreensão do mundo, constitui não apenas um tocante registro da nossa precariedade, mas também uma louvação da infinita potência da escrita.

Sergius Gonzaga

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